segunda-feira, 14 de abril de 2008

Insônia


Sem título 6

Espere!
Deixe-me repetir todas aquelas palavras desconexas
Deixe-me tentar encontrar um sentido
Deixe-me enfrentar a minha própria loucura, se preciso!
.
Eu já desisti de ser consciente
Não quero mais a ilusão da consciência.
.
Deixe-me proferir palavras nas quais não acredito
Deixe-me ser outra pessoa
Deixe-me fugir do mundo e de mim mesma...
.
Meu corpo precisa se libertar...
.
Deixe-me!
Deixe-me!
Deixe-me!
.
(escrito em março de 2008)

Sem título 5

A menina acendeu mais um cigarro. Uma tragada após a outra, sem dizer uma única palavra.
.
_ Você agora fuma, menina?
_ É esporádico.
(...)
_ Esporádico é tipo sempre que dá vontade?
_ Mais ou menos isso.
(...)
_ No que você tanto pensa, menina?
_ Eu?
_ É, você! Tem mais alguém aqui?
_ Eu penso que às vezes é preciso matar.
_ Matar alguém?
_ Matar um sentimento. Amor é erva daninha em solo despreparado.
_ Você precisa parar de fumar, menina.
.
A menina apaga o cigarro.
.
_ O difícil é matar um sentimento que não é nosso, sabe? O difícil é que é preciso saber gerar ódio ou não há desilusão. E a desilusão é necessária... Eu dei pra fumar, mas odeio o gosto do cigarro. Inferno!