tag:blogger.com,1999:blog-33366804795445705362024-03-18T21:59:44.938-07:00Elogios à DúvidaRabiscos sem disfarcesFernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.comBlogger40125tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-35456112828155712882011-10-16T14:49:00.000-07:002011-10-16T14:50:51.338-07:00<a href="http://orkut.com/">orkut</a>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-74044043975035008822010-05-24T17:42:00.000-07:002010-05-24T18:30:54.304-07:00E a menina saiu para dançar...<span style="font-size:85%;">A menina se pôs a olhar uma taça de vinho que estava sobre a mesa. A cabeça inclinada e o olhar fixo, cheio de medos e desejos. Medo porque era a primeira vez que a menina se sentia tão atraída por uma bebida da qual ela nem conhecia o gosto. E desejo sobretudo porque algo parecia lhe dizer que todo medo precisa ser enfrentado, toda dúvida deve ser vivida.<br /><br />E assim, com as mãos trêmulas e os lábios frios, ela bebeu. E aproveitando que já tinha bebido, permitiu-se saborear por mais um tempo, ainda que o vinho não fosse dos melhores e que tudo indicasse que no dia seguinte ela seria acordada por uma bela dor de cabeça. E a bebida aqueceu seu corpo e lhe deu vontade de sair e viver uma vida só dela, de mais ninguém. E foi assim que pela primeira vez, a menina resolveu sair para dançar sozinha.<br /><br />Em meio a uma multidão de anônimos a menina dançou até que seus pés doessem demais, até que os seus cabelos ficassem completamente molhados de suor, até que suas roupas não parecessem mais roupas de... de menina. E quando já não se via mais a menina que havia nela e que de fato era ela, a menina começou a ser atormentada por olhares penetrantes e desejosos que na verdade, não a viam. E esses olhos comeram suas vestes, seu perfume, sua timidez, sua sensatez.<br /><br />Perseguida por tantos olhares tão cheios de vontades que não lhe cabiam, a menina só teve como fugir. E correndo mais do que deveria, mais do que sabia, a menina que nunca foi boa em corrida, chegou à beira de um grande lago. Como sempre fazia, encostou a pontinha do pé para ver se a água era muito fria. Do fundo do peito a menina retirou um pedacinho de papel amassado em que o menino escrevera declarações de amor à lápis e com a letra torta. Era a letra torta mais linda do mundo, pensou a menina. E era também muito triste que o menino não tenha escrito com caneta daquelas bem fortes, porque se ela não tivesse guardado tão bem as palavras dele, talvez nem conseguisse mais lê-las de tanto que o papel se amassou com o tempo. E então ela teve medo de que as palavras do menino, como ele próprio, também nunca ficassem.<br /><br />E foi assim, que com os olhos cheios de lágrimas e agarrada ao que sobrou das palavras de amor daquele que sempre a viu que a menina se preparou para o mergulho. E num instante de receio, ela olhou para trás e viu rosas deixadas por ninguém sabe quem que quis com ela dançar. Morta por dentro, a menina teve pena das rosas que agora pareciam tão vivas, mas que muito frágeis, murchariam à luz do sol. Foi então que ela fechou os olhos e pulou na água gélida.<br /><br />Lá no fundo do lago, onde o frio e a solidão são suficientes para que a menina não sinta quase nada é que ela quis ficar. E mesmo que ela tenha amassado e molhado todo o papelzinho com as palavras de amor, ela continua esperando que o menino encontre um jeito de ir lá resgatá-la. E enquanto ela espera, apesar de congelar por fora, mantém o coração aquecido com mais um ensaio daquelas palavras de amor de quem nunca se declara.<br /></span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-59798757141752343812010-04-23T18:35:00.000-07:002010-04-23T18:57:11.110-07:00Dicionário: Insônia<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Taquicardia; Virar-se de um lado para o outro inúmeras vezes seguidas no intervalo de dez minutos; Desacordo entre as partes do corpo que querem dormir e as que querem acordar; Livros revirados, sem que haja ânimo de iniciar a leitura; Conferir a caixa de e-mails cinquenta vezes num horário em que ninguém envia e-mails; Olhar o relógio de meia em meia hora e cada vez mais odiar não ter dormido; Repassar incansavelmente as tarefas do dia seguinte e do dia seguinte ao dia seguinte; Sentir raiva do tempo que passa ou do tempo que não passa; Sentimento de frustração por estar pela metade; Saudades de beijos no meio da noite; Ver o dia nascer e achar graça da oportunidade de noite perdida; Torcer para que fusos horários diferentes causem encontros inesperados no msn; Hiper-sensibilidade a ruídos durante o dia; Passar um dia inteiro zumbi e à noite estar cansada demais para dormir.</span></span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-33981663655106333142010-04-19T14:12:00.000-07:002010-04-19T14:48:24.724-07:00Sem título número qual? (ou Perrenoud pode esperar)<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Quem conhece, sabe: a menina só escreve quando está em crise, ou apaixonada, ou tem um bom assunto. Quando tem assunto, poucas vezes a menina escreve em blogs. Ter assunto é algo que a torna prolixa e ninguém tem paciência de ler. Aí a menina se deprime.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje é um dia que a menina separou para ler Perrenoud. Foi um sacrifício para a menina encontrá-lo em meio às estantes da biblioteca porque ela não é boa em ordem alfabética, nem em números de chamada. E depois disto: o livro. Página 27, página 28, página 32. A menina pulou a introdução. Ela sempre acha um abuso ter que ler no início aquilo que o autor escreveu só no final. Se o livro é bom, ela volta. Depois lê as orelhas, a bibliografia, as notas dos editores, a ficha catalográfica e tudo o mais onde encontra letrinhas. Se o livro é ruim, ela se sente aliviada por ter perdido o falso início. </span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Perrenoud é bom. Foi só o dia errado. A menina teve vontade de ler outras coisas. Coisas de pessoas conhecidas e não-francesas. Nada contra às pessoas francesas, é só porque ela não conhece ninguém que seja francês. E aí a menina abriu blogs que se fossem livros estariam empoeirados, com teias de aranhas e comidos por cupins. Malditos cupins! Comem sempre pedaços de palavras e depois já não se pode compreender se era apertar ou apartar. E nem é preciso dizer que isso muda muita coisa. Mas ela, prolixa que só, diz. </span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">E assim, na vontade das leituras conhecidas, ela encontrou uma leitura nova. E foi melhor ainda que as leituras antigas porque significava que os amores antigos podem também serem amores novos. Não é lindo? A menina acha que é. E exatamente na semana em que a menina tinha decidido abandonar de uma vez por todas aquele amor que nunca ficava e que nasceu aqui mesmo em segredo, ela parou e sorriu.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Sorriu porque é bom lembrar. Sorriu porque dia desses ela fez um rabisco na agenda que cospia compromissos e costumava zombar dela por testemunhar os horários e prazos não cumpridos. E nesse rabisco, a menina falou que tomava café só para impressionar e parecer adulta, mas na verdade era chocolate quente que ela bebia. E então a menina sorriu porque foi ela mesma quem inventou a crise, assim como o café. </span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Deve ser saudade, o que sente a menina. Saudade dos dias vazios e das tardes chuvosas. Saudade dos fragmentos, dos rabiscos. Saudade daqui.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">No fim das contas, a menina quer dizer que o tempo passou e ela agora sabe se declarar. E existe lá dentro, bem fundo uma vontade gigante de jogar todos os cacarecos que ela carrega na bolsa no lixo e sentar e rir da agenda. Que tipo de agenda prevê um dia para Perrenoud? A mesma que marca horários para encontros de amor, é verdade. Ainda bem que quando a menina entra em crise ou se apaixona, ela pára e escreve. Ainda bem que ela ainda se apaixona de novo, pelas pessoas antigas, assim como pelas novas. E quem sabe, num cantinho esquecido no meio das rasuras, tenha algum espaço ainda para que ela ame até Perrenaud. </span></span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-29829709110528273282009-09-22T19:08:00.001-07:002009-09-22T19:09:30.120-07:00Dicionário: Abandono<span style="font-size:85%;">Música triste tocada milhões de vezes seguidas; rejeição; orgulho ferido; sucessivas tentativas de contato sem resposta; prisão de vidro que não deixa ninguém sair, mas expõe qualquer um ao ridículo da tentativa; esperar um sms um dia e uma noite inteira; insônia; confundir o som do eco com uma resposta; aceitar pedidos de desculpas como quem aceita um anestésico; tristeza profunda; ignorar; grande e definitivo buraco no coração que precisa de 15 remendos para estancar o sangue; perceber que quando você pediu para não soltarem de sua mão, já não tinha ninguém mais lá; declarações de amor dissolvidas nos pensamentos egoístas de alguém que deixou de se importar.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-29866634509292175932009-09-04T16:01:00.001-07:002009-09-22T19:11:09.062-07:00Porque é preciso se desprender...<span style="font-size:85%;">Num dia você ama. É correspondida. É a pessoa mais feliz do mundo. É a pessoa mais feliz de todas as pessoas mais felizes do mundo. Tudo em você é completo.<br /><br />Você nem queria.. Nem tava procurando... Você não estava nem aí pro amor. Você nem queria saber de amor. Você só estava de bem com você e aí... Aí vem o amor.<br /><br />E você é a pessoa mais linda. É a pessoa mais inteligente. A pessoa mais interessante. A mais tudo da face da terra. Qualquer um daria qualquer coisa por você. E você pode rir de todos os "qualquer um" que aparecerem, porque você escolheu um amor. Você pode dizer que escolheu com a boca cheia. E foi a melhor escolha!<br /><br />E de repente você já não pode respirar sem amor. Você não pode mais nada. Você precisa viver aquilo. Você precisa, precisa, precisa.<br /><br />É nessa hora que o amor diz que você engordou. Você não é mais a mesma. Você é uma gorda, chata, anti-social. Você é um pé-no-saco. Você só estraga tudo. Sempre estraga tudo. E você tem vícios terríveis. E você é mau-humorada. E você esquece de mim. E céus, como você tá feia! E eu não sei mais porque quis você um dia. E eu não vejo mais sentido pra nós. E eu não vejo futuro. E eu estou cansado. E eu não aguento mais. E eu vou sair, vou fazer alguma coisa que me deixe feliz.<br /><br />E você fica aí. Você não vale um nada, mas você é minha. E eu gosto de manter as coisas minhas. Não vou deixar você ir. Não posso deixar você me descartar assim. Ninguém me descarta assim, ainda mais um nada! Um nada gorda, chata e mau-humorada que nem você.<br /><br />E então você precisa partir. Você precisa se desprender. Você precisa ouvir afetos e não cobranças. Você precisa de você de novo. E você se desprende, mas só sobra o vácuo. O imenso vácuo. O grande vazio dos sonhos perdidos. O vazio do fim das críticas. O vazio do fim das cobranças. O vazio do fim das discussões intermináveis por qualquer coisa. O vazio de tudo o que você não queria mais, mas continuava agarrada porque não sabia mais o que seria de tudo aquilo que você quis se você não quizesse mais!<br /><br />E aí é hora de juntar os pedaços.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-14148115966966573602009-06-29T15:02:00.000-07:002009-09-04T16:01:56.289-07:00Porque a ignorância é o único remédio para as dores irremediáveis<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBL6d7r-JtINZ7eVS_nyUc90B8OqbfTEY56zvGFaZ57VwzwcswVD0I8mj0_U34LpqUYPbb3eL3Gi8BFAKDddUzSUnv8TVn8LxdHHYza6q0sMJZvhe9feOnYn3J3GdNbEwoLmxstQo6Y_E/s1600-h/ignore.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 209px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBL6d7r-JtINZ7eVS_nyUc90B8OqbfTEY56zvGFaZ57VwzwcswVD0I8mj0_U34LpqUYPbb3eL3Gi8BFAKDddUzSUnv8TVn8LxdHHYza6q0sMJZvhe9feOnYn3J3GdNbEwoLmxstQo6Y_E/s320/ignore.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352876360671923122" border="0" /></a>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-28302225748784227792009-04-10T16:32:00.001-07:002009-04-10T16:34:31.310-07:00<blockquote style="color: rgb(51, 51, 51); font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;"><p><span style="font-size:85%;">“Toda mulher é um mistério a ser desvendado…<br />Ela nada esconde de seu verdadeiro amante.<br />A cor de sua pele pode nos indicar como proceder.<br />O matiz, como o da rosa, róseo e pálido…<br />Ela deve ser persuadida a se abrir com ardor… Como o do sol.<br />A pele pálida das ruivas…<br />Exige a lascívia da onda batendo na praia…<br />Para despertar o interior e trazer à tona as espumosas delícias do amor.<br />Embora não haja metáfora que descreva como amar uma mulher…<br />Eu diria que é como tocar um instrumento raro.<br />Será que um Stradivarius…<br />Sente o mesmo que o violinista que consegue…<br />tirar a nota perfeita de seu coração?”</span></p> <p><span style="font-size:85%;">Trecho do filme <strong style="font-style: italic; font-weight: normal;">Don Juan de Marco</strong></span></p></blockquote>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-50596595827212219652008-12-07T16:00:00.000-08:002008-12-07T16:02:27.715-08:00Um brinde à primeira vez<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;">“Vinho, mas só em ocasiões especiais.” Quando ela mostrou a garrafa eu sorri, era um momento especial. Um brinde à primeira vez, porque algo em mim dizia que não seria a última. Um beijo para provar aqueles lábios doces e aquela adolescente sensação de não saber o que fazer com as mãos, já que o único desejo era o de tomá-la. E foi o que fiz, foi o que fizemos. Devagarzinho, porque apesar da sede, não havia pressa. Porque só uma mulher sabe o prazer que é ser deliciosa e lentamente seduzida. Porque não era novidade, mas era a primeira vez. Porque o desejo de guardar a melhor lembrança daquele primeiro encontro, era maior que o arrebatamento das nossas vontades. Porque aqueles olhos iluminavam a penumbra do quarto, e o tato era cada vez mais aguçado pela curiosidade e o desejo. E então, cada peça despida era um presente, cada sensação do toque era uma dádiva, mas nada se compara ao prazer de percebê-la encharcada só com estas doces carícias. Foi instinto, imediato, também melei. E provei. Provamos. Nos beijamos, nos bebemos, nos comemos, porque a minha sede era dela e a sede dela de mim. Porque nunca as horas passaram tão rápido, porque os gemidos nunca foram tão intensos, porque a vontade nunca foi tanta e o prazer nunca foi tão explícito e sem vergonha. E quando lembro melo, sorrio, contraio, estremeço e gozo. “À primeira vez!”, foi o brinde. Memorável, inesquecível."</span><br /><br /><span style="font-size:85%;">B. em seu blog "A vida Secreta"</span><br /><span style="font-size:85%;">http://www.avidasecreta.com/um-brinde-a-primeira-vez/</span><br /></div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-14479368875002446662008-12-04T17:28:00.000-08:002008-12-04T17:54:41.355-08:00Teimosia<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >A menina caminha de um lado para o outro. O olhar sério, a cara amarrada. Inquieta, repetindo mentalmente cada frase, sem falar nada. Assim passa dez longos minutos. Os dez mais longos minutos. E só depois disso, fala com ares de decidida:<br /><br />_ Quero escrever sobre sexo!<br />_ Ora, você é uma menina! O que sabe sobre sexo?<br />_ Nada! Mas por isso mesmo...<br />_ Por isso mesmo você deveria se preservar!<br /><br />A menina respira fundo. Conta até três. Conta até dez. Conta até vinte e <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_0">dispara</span>:<br /><br />_ Você acha que tem alguma coisa de errado com o sexo?<br />_ Não. Eu acho que tem com o modo como as pessoas encaram uma menina que pensa em sexo.<br />_ Você acha que é vergonhoso uma menina pensar em sexo?<br />_ Acho que pode se transformar num fardo difícil de carregar.<br />_Você acha que eu seria mal interpretada?<br />_ Acho.<br /><br />A menina senta e segura o próprio rosto com as duas mãos, os braços apoiados na mesa e o olhar parado, prestando atenção numa migalha de pão minúscula. Mais um instante e ela levanta novamente os olhos, firmes:<br /><br />_ Mas eu quero!</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-82956860906752443682008-11-17T05:48:00.000-08:002008-11-17T06:39:23.141-08:00O porquê das palavras inteiras<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Não estou confusa.<br />Sei <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">exatamente</span> o tamanho do meu amor e dos meus desejos.<br />Eu não amava você, eu amo. É diferente.<br />E é um desses grandes amores que a gente cria e depois não sabe mais se é real ou imaginário. De <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_1">qualquer</span> forma, mesmo que eu tenha inventado esse amor, ele existe.<br /><br />Mas eu também tenho amor-próprio e algum discernimento.<br />Precisava dizer que você não foi leal e que isso me deixou um gosto amargo na boca.<br />Precisava dizer que esperava muito mais de você, mas nunca soube cobrar.<br />Sou avessa às cobranças.<br /><br />Eu opto pelas palavras inteiras porque já sei de mim. Ruminei cada um dos meus sentimentos e os aceito bem, tenho carinho por eles. Por causa disso, posso até me dar ao luxo de ser racional.<br /><br />Fico aqui pensando sobre essa sua volta e me pergunto se você agora me oferece todas as suas flores por causa de algo que eu posso representar a você ou por que não consegue aceitar uma perda. Qualquer perda que seja. Preciso encarar que talvez você só não queira admitir que perdeu o jogo, por mais que já estivesse mais do que evidente que estava perdido. Para pessoas como nós, perder sempre dói. Seja um jogo de cartas, uma briga, um amor, um qualquer coisa que mecha com o orgulho. Existem gradações aí e é em busca delas que estou.<br /><br /><span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_2">Perdoo</span> você por todas as suas confusões e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">incompletudes</span>, tenho também as minhas. Só não <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_4">perdoo</span> pelo tempo que se passou e não volta. Você já perdeu demais da minha vida e isso foi escolha sua. Eu poderia ter morrido nesse meio tempo. Tive até uma chance real para isso e de fato eu estive morta por dentro durante dias e dias e você não estava lá. Outras pessoas estavam e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">continuam</span> comigo. Elas merecem hoje meu apreço, meu abraço e minha gratidão. E você eu não culpo por não ter tomado conhecimento do que se passou, mas culpo pelo silêncio.<br /><br />E agora eu faço falta? E o que aconteceu durante esse tempo todo que não fiz nenhuma falta? O que faz com que agora seja diferente e você já não esteja confortável como antes? É o conhecimento da perda que fez diferença?<br /><br />Esse é o tamanho da minha mágoa. Mas eu esqueço fácil diante de palavras bonitas. Você me inebria e eu não raciocino direito. Não estou me apegando à mágoa. Não sou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">rancorosa</span>. Só estou agarrada ao meu amor-próprio.<br />Preciso de palavras inteiras e lógicas. Há sim meios de explicar o que sentimos com palavras, o único <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_7">percalço</span> é a dificuldade de encarar nossos sentimentos com sinceridade, aceitá-los e ter coragem para compartilhá-los. Tudo muito difícil.<br /><br />O mais importante é dizer que não quero suas flores, ainda que sejam as melhores. Tampouco quero acesso ao seu jardim. Quero a sua casa. Os enfeites, a pintura descascada, o pó escondido <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">embaixo</span> do tapete, o chuveiro, o ralo, a cozinha e a cama. Não me entregue o que é bonito se já lhe dei as minhas <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_9">vísceras</span>. </span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-73175705878921036872008-10-29T12:27:00.000-07:002008-10-29T12:44:49.403-07:00Quase que um re-encontro<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Eu que dormi por tanto, tanto tempo.<br />Eu que amei a você e a ele.<br />Eu que reneguei minha identidade, que esqueci o meu nome e que deixei que me fizessem culpa.<br />Eu que te quis tanto e tanto e nem acreditei quando você sorriu.<br />Eu que não tive coragem.<br />Eu que lutei por você e passei noites em claro.<br />Eu que chorei de ciúmes, de raiva, de medo.<br />Eu que desisti.<br />Eu que coloquei a culpa no seu rancor.<br />Eu que não esqueci.<br />Eu que mereço o que você me negou.<br />Eu que te procuro e te leio e te sei, mas não te quero.<br />Eu que acordei.<br />Eu que encontrei aquela minha metade perdida.<br />Eu que estou feliz, como nunca.<br />Eu que me realizei.<br />Eu que não preciso mais mergulhar em minhas dores.<br />Eu que só sou triste por você, distante.<br />Eu que te entendo, te entendo.<br />Eu que te queria livre dos muros que você construiu.<br />Eu que nada posso fazer.<br /><br />Você escolheu teu mundo cinza quando me ofereci para colorir.<br />Eu que poderia colorir tua vida, tuas dores, teu tédio, tua angústia.<br />E você que se fechou, como flor que murcha antes do tempo e por conta própria.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-40413854683738179832008-10-27T06:21:00.000-07:002008-10-27T06:23:49.084-07:00Toda nudez será castigada<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpPNqLjHYftv_b2drFjEsN3EYEhUA-AdybUe4_jbvcyqoF4BDq3Ts8bEqTgDdUCmoUlx3nFRgYNQlt9s5Swlm5iM1zWWcz04C-cQt_kDtOFDypbBrMDuRr-wN8L5XGARB6wEZj31ZCuiY/s1600-h/13-10-08_1123.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpPNqLjHYftv_b2drFjEsN3EYEhUA-AdybUe4_jbvcyqoF4BDq3Ts8bEqTgDdUCmoUlx3nFRgYNQlt9s5Swlm5iM1zWWcz04C-cQt_kDtOFDypbBrMDuRr-wN8L5XGARB6wEZj31ZCuiY/s400/13-10-08_1123.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261823544391856530" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-family: trebuchet ms;">Ainda bem que não quero me despir de você...</span></span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-12865768768221262442008-07-03T19:27:00.000-07:002008-07-03T19:29:56.699-07:00Amor de Mãe<span style="font-family: trebuchet ms;font-size:85%;" >(Ele ocupa-se de tirar o pó de um velho violino. Enquanto isso, ela se olha num pequeno pedaço de espelho).<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br /></span><div style="font-family: trebuchet ms;" class="para"><span style="font-size:85%;">_ É, ômi... Tu tinha razão. Eu tô veia. Eu virei foi uma amexa seca.<br />_ Teu coração é que é seco, mulé. Não tua cara.<br />_ (dando ombros) Já vi que tu vai é passá o dia alisando essa porcaria aí que teu tio te deu. Bem que tu podia vendê isso aí que é pra vê se uma veiz na vida tu trais comida pra dentro de casa.<br />_ Num tô podendo mais olha pra tua cara, mulé. Tô cuma reiva aqui dentro do meu peito! Nem sei como é que tu pode vivê assim...<br />_ Eu só tô seguindo com a minha vida, tu é que podia me deixá em paiz.<br />_ Tu num pode vivê como se num tivesse aconticido nada, mulé. Tu sabe mior do q eu disso. Tu num pode! Num pode!<br />_ Tu teve comigo esse tempo todo, hômi... Tu me ajudô. Meu destino é o mesmo que o teu. Num tem porque ficá agora me azucrinando.<br />_ Eu tinha meus pensamento aqui na minha cabeça que eram tudo bão. Eram tudo pra fazê você mais eu feliz. Mas aí tu veio com aquelas história tua...<br />_ Num tinha otru jeito, hômi... Eu não queria...<br />_ Num quria, mais tu fêiz. E eu ajudei. Dispois tu fêiz de novo, e de novo, e de novo!<br />_ Não! Eu num fiz mais!<br />_ Fêiz sim que eu sei. Nem pediu minha ajuda, mas fêiz.<br />_ Não! Eu não fiz! Eu não fiz!<br />_ Quantas veiz foram, mulé? (segurando-a pelo braço, com violência) Fala! Fala de uma veiz!<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br />(Tentando fugir, ela pega uma faca que estava sobre a pia o atinge no ventre. Sem forças, ele a solta e ela continua esfaqueando-o, em transe).<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br />_ Foram sete veiz, hômi. Sete anjo que eu mandei de vorta pro céu pra num tê que passá por essa vida que é só desgraça. Agora tu vai cuidá dos anjo.<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br />(Ela deita sobre ele, abraçando-o e fica imóvel por algum tempo. Levanta-se repentinamente, como se tivesse ouvido algo e com as mãos ensangüentadas retira com cuidado o violino da caixa).<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br />_ Shiii! Num chora não, menino. Eu vô cuidá d’ocê. Eu vô sê a mior mãe pra ocê. _ Embalando-o nos braços, ela canta. A voz é rouca e um pouco desafinada – “Boi, boi, boi, boi da cara preta...”<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">(</span><span style="color: rgb(255, 0, 0);">Escrito para a comunidade "Dois Lados da Moeda")</span><br /></span> </div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-35076618295843758722008-06-09T05:51:00.001-07:002008-06-09T06:32:25.141-07:00Sem título 7<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A dor em função das palavras ditas é muito maior que aquela provocada pelo silêncio.<br />É... Agora tudo parece mentira.<br />E foi você quem disse...<br /><br />Se ninguém perde o que nunca teve, por que seus dias hoje são cinzas?<br /><br />Sou dura demais ao conservar palavras tortas?<br />Ou sou ingênua demais em acreditar que há palavras doces que você queria ter dito, mas não disse?<br /><br />Tanto faz.<br />Hoje tudo é vazio.<br />Vai ver é disso que eu gosto.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-45431096347228116062008-06-03T18:16:00.000-07:002008-06-05T18:40:57.572-07:00Lisos Abraços<p class="MsoNormal" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;">(...)</span></p><p class="MsoNormal" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;">Mas se eu te convidar pra entrar, aceite<br />Não me poupe dos seus lisos abraços<br />Eu sei, pode valer à pena,<br />Só não sei te prender<br />Nem consigo acompanhar os seus passos<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;"><o:p>(...)<br /></o:p></span></p>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-8243389584539040182008-05-13T09:57:00.000-07:002008-05-13T10:07:31.971-07:00Às tontas (aula de gramática)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo8KGYnDbLSoSbzAM7gnaFC4dpihciIJEO9T1fkgc0QVbMmJk8iwqDFPUEHXd8JA35gF-lWJeDCzCoAskhGzWPqHx-Y1qoyPVVIGmOHbW0fut9qxMJhUnt2A0zWcqa_47Xl6jvK9vAPQc/s1600-h/harpa.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5199909956438602962" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo8KGYnDbLSoSbzAM7gnaFC4dpihciIJEO9T1fkgc0QVbMmJk8iwqDFPUEHXd8JA35gF-lWJeDCzCoAskhGzWPqHx-Y1qoyPVVIGmOHbW0fut9qxMJhUnt2A0zWcqa_47Xl6jvK9vAPQc/s400/harpa.bmp" border="0" /></a><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">1- Substantivos: Distância, saudade<br /><span style="color:#ffffff;">....................</span>Pele, toque, cheiro.<br /><span style="color:#ffffff;">....................</span>Constância, vontade.<br /><span style="color:#ffffff;">....................</span>Causa, pausa, tempo.<br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br />2- Adjetivos: Lúgubre, pungente.<br /><span style="color:#ffffff;">................</span>Suave, macio, gostoso.<br /><span style="color:#ffffff;">................</span>Incólume, comovente.<br /><span style="color:#ffffff;">................</span>Sincera, severa, lento.<br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br />3- Verbos: Fingir, querer.<br /><span style="color:#ffffff;">.............</span>Amar, gemer, gritar.<br /><span style="color:#ffffff;">.............</span>Sentir, enternecer.<br /><span style="color:#ffffff;">.............</span>Assustar, sustar, correr.<br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br />3- Advérbios: Desoladamente, instintivamente;<br /><span style="color:#ffffff;">.................</span>Assim, dentro, sempre.<br /><span style="color:#ffffff;">.................</span>Incontestavelmente, devotadamente.<br /><span style="color:#ffffff;">.................</span>Junto, muito, tanto...<br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br />4- Conjunções: Mesmo que, mas, logo. </span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#ffffff;">. </span><br />5- Preposições: Durante, até, sem.</span></span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#ffffff;">.<br /></span>6- Pronomes: Ele, eu, você...</span></span></div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-27108719417969010132008-04-14T20:48:00.000-07:002008-04-14T20:49:45.786-07:00Insônia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDZf3mpSra9KAYO-6P9B5M7K8fgQKzbvotcb7ZdNmNlNGOPijFKUN2RYF_mVY5umBq3EPgAnc-Gx4eli8GS8XygpkYJW7i1EN3yYC2NVQHc_zjd6syx0MQkoQyXZ5noDZmaEZ2E9GQ3nM/s1600-h/frida3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5189314148538198418" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDZf3mpSra9KAYO-6P9B5M7K8fgQKzbvotcb7ZdNmNlNGOPijFKUN2RYF_mVY5umBq3EPgAnc-Gx4eli8GS8XygpkYJW7i1EN3yYC2NVQHc_zjd6syx0MQkoQyXZ5noDZmaEZ2E9GQ3nM/s400/frida3.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-91914001963364739142008-04-14T15:03:00.000-07:002008-05-13T05:35:36.249-07:00Sem título 6<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Espere!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me repetir todas aquelas palavras desconexas</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me tentar encontrar um sentido</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me enfrentar a minha própria loucura, se preciso!</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Eu já desisti de ser consciente</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Não quero mais a ilusão da consciência.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me proferir palavras nas quais não acredito</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me ser outra</span> <span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">pessoa</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me fugir do mundo e de mim mesma...</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Meu corpo precisa se libertar...</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Deixe-me!</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#cc0000;">(escrito em março de 2008)</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-56160958453781110932008-04-14T14:44:00.000-07:002008-05-13T05:37:24.370-07:00Sem título 5<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A menina acendeu mais um cigarro. Uma tragada após a outra, sem dizer uma única palavra.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Você agora fuma, menina?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ É esporádico.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">(...)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Esporádico é tipo sempre que dá vontade?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Mais ou menos isso.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">(...)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ No que você tanto pensa, menina?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Eu?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ É, você! Tem mais alguém aqui?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Eu penso que às vezes é preciso matar.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Matar alguém?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Matar um sentimento. Amor é erva daninha em solo <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">despreparado</span>.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Você precisa parar de fumar, menina.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A menina apaga o cigarro.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ O <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_1">difícil</span> é matar um sentimento que não é nosso, sabe? O <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_2">difícil</span> é que é preciso saber gerar ódio ou não há desilusão. E a desilusão é necessária... Eu dei pra fumar, mas odeio o gosto do cigarro. Inferno!</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-32855709600244300662008-03-09T15:49:00.000-07:002008-05-13T05:40:31.187-07:00Por favor, doutor..<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtqxWqE0YzcyrKhol0wmdKmMlMuvaCJJhiKCJfvDgkW5edWMH_b3J10uwfBE1vC5xstiQ1U9D0E3fvrz3EI7WNjtH8qoYsvfmcmV1nNbMOkPD2tI0to1Hta0IdcNhh25CEPOLJ22-ScMI/s1600-h/histeria.jpg"></a><br /><div><div><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#000000;">Existe cura?</span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Eu preciso, eu preciso urgentemente de uma cura.</span><br /></span></div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Lembra aquela coisa que eu disse sobre solidão?</span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Era mentira.</span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Pois é, eu menti e acreditei na mentira.</span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">.</span> </span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Você pode me perdoar se eu for fraca?</span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Eu posso culpar você se eu for fraca?</span><br /></span></div><div><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">.</span> </span><br /></span></div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;color:#000000;">Se não há cura aplique logo um anestésico!</span></div></div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-33482888913727714202008-03-02T14:11:00.000-08:002008-05-13T05:46:39.269-07:00Des-compasso<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj685IhU-WL1U5uch61UZ3mNY2O73sQzSReJukrvKU1kUdASooUsceZbJR_eIBeEQWkP71iG7RtHRlEtu_NKt7y6FAN4xJpR1DNr7KQmIxxFZAzBMO6p19hDx_sDu7iLy-0sn8lut8_xHE/s1600-h/P2020205.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5199842920589046978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj685IhU-WL1U5uch61UZ3mNY2O73sQzSReJukrvKU1kUdASooUsceZbJR_eIBeEQWkP71iG7RtHRlEtu_NKt7y6FAN4xJpR1DNr7KQmIxxFZAzBMO6p19hDx_sDu7iLy-0sn8lut8_xHE/s400/P2020205.JPG" border="0" /></a><br /><div><div><div><div><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Primeira tentativa:<br />A menina acordou com um susto. Respiração ofegante, batimento cardíaco acelerado.<br />Ainda é madrugada e dormir é preciso. Respira fundo, acomoda-se na cama de barriga para cima e olha para o teto, fixamente, até não conseguir mais segurar os olhos abertos. Desperdício.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Segunda tentativa:<br />A menina dormia um sono muito leve e logo acordaria. A pior coisa que alguém poderia fazer naquele momento era acordá-la porque isso a deixaria de mal-humor pelo resto da manhã, quiçá pelo resto do dia. E foi assim, nesse momento delicado que ela ouviu seu celular tocar. Fusos-horários diferentes. Desencontro.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Terceira tentativa:<br />A menina acordou com o humor particularmente ácido naquela manhã. Não, o pesadelo no meio da noite não tirou o seu sono e ela até poderia dizer que dormiu bem. O que de fato lhe perturbou foi a declaração de amor ouvida logo cedo ao telefone. Descompasso.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Quarta tentativa:<br />A menina acordou no lugar errado, ao lado da pessoa errada. A incoerência entre a declaração de amor recebida a presença de outrem em sua cama trouxe-lhe um sentimento intenso de solidão. Esta foi a alfinetada que recebera, fruto de suas próprias tentativas de desapego. Desacerto.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Quinta tentativa:<br />A menina acordou com uma dor de cabeça aguda, a garganta seca. É incrível como o vinho se torna nocivo no dia seguinte – e ainda mais quando se dorme pouco. Levantou-se com o passo torto e sôfrego e foi direto para o banho. Ainda sentia no corpo a presença daquele outro corpo que pouco ou nada tinha a ver com o seu. Desafino.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Desafino.<br />Desacerto.<br />Descompasso.<br />Desencontro.<br />Desperdício.<br /><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;">.</span> </span><br />A profunda solidão de quando não se está só.<br />E as perguntas de sempre, ressoando, ressoando, ressoando...<br />E daqui, o que vou levar?<br />E daqui, quem vai me levar?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;"></span><span style="color:#000000;"><br /></span><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:78%;color:#cc0000;">(Texto baseado em rabiscos escritos em Copacabana - Bolívia, no dia 31 de janeiro de 2008).</span></div></div></div></div>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-42586643033737324182008-03-01T05:17:00.000-08:002008-05-13T05:51:15.610-07:00A pequena Sereia<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#cc0000;">A minha história preferida, na infância:</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"></span><span style="color:#000000;"><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Na parte mais profunda do oceano, gavia um castelo onde morava o rei do mar, com sua esposa e seis filhas, muito bonitas: sereias de cabelos compridos e sedosos e uma cauda de peixe muito brilehante, coberta de escamas reluzentes e nacaradas. O rei estava contente. Suas filhas cresciam bonitas e ajuizadas. O canto e o sorriso delas enchiam os salões de coral e âmbar do suntuoso castelo, e eram muito bondosas com todos os habitantes do oceano. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">As princesas do mar se distraiam dando comida para os peixinhos e observando o jogo de cores que se formava na água quando entravam os raios de sol, desde a superfície. Todas tinham curiosidade em saber como seria o mundo fora dali. Mas a mais moça já conhecia alguma coisa, pois tinha um segredo: ela sabia como eram os homens porque, entre os restos de um naufragio, tinha encontrado a estátua de marfim de um moço com pernas loingas e rosto bonito, pelo qual se apaixonara.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Todos os dias, ao entardecer, a mocinha nadava ao lado desse seu amigo e conversava com ele, como se a estátua pudesse responder. Por isso, a princesinha sabia como eram os seres humanos e esperava, com ansiedade, o momento de conhecê-los. Este momento chegaria quando fizesse quinze anos já que, nesta data, todas as princesinhas subiam à superfície para admirar o mundo lá de cima. Como ainda faltava muito tempo para isso, a sereiazinha esperava sonhando e conversando com seu amigo de pedra. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Quando sua irmã mais velha fez quinze anos e subiu à superfície, voltou ao palácio contando coisas maravilhosas: a cidade era linda! Tinha torres muito altas e, ao entardecer, soavam os sinos das igrejas. Havia muito movimento de carruagens puxadas por lindos cavalos e os humanos riam e cantavam como elas. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">No ano seguinte, foi a vez da segunda irmã. Ela chegou à superfície ao entardecer e cantou que os seus olhos nunca tinham visto nada mais bonito que o pôr do sol deixando o céu todo colorido, em vários tons de vermelho ede dourado, difíceis de descrever. </span><br /><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A terceira das irmãs era uma jovenzinha audaz e decidida que se aproximou da praia para poder ver melhor os homens. Escondendo-se entre as ondas, pôde ver um grupo de crianças que tomamva banho de mar, rindo e cantando. A quarta das princesas era uma sereiazinha tímida que mal tirou a cabeça de dentro d'agua. Ela contou à sua família que vira o céu, cimo um sino azul de cristal sobre as ondas, pelas quais deslizava uma linda embarcação com velas brancas estendidas como as assas das gaivotas.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Quando a quinta das princesas subiu à superfície era inverno e sobre o mar verde flutuavam, brilhando como diamantes, grandes icebergs. A princesa subiu em um deles e deixou-se levar, indo em busca de mares mais quentes, regressando, depois, à sua casa. Todas as sereias tinham gostado da sua viagem, mas nenhuma delas voltou a pensar na terra dos homens. Eram felizes ao lado dos seus paus e irmãs, no seu palácio de coral e no seu mar, cheio de tesouros. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Só a pequena sereria continuava sonhanco com o que as outras tinham contado. Finalmente chegou a sua vez. Quando chegou à superfície, entardecia e um barco iluminado passou ao seu lado. Estavam fando uma festa a bordo e os fogos artificiais estouravam no céu, caindo como uma chuva de estrelas. De repente, a princesinha teve uma grande surpresa: sobre o convés do barco havia um homem igualzinho ao seu amigo de pedra. Era o jovem príncipe do reino que estava fazendo dezessete anos naquela noite. A sereiazinha gostou tanto dele que seguiu o barco durante sua travessia. Durante a noite caiu um forte temporal e ondas enormes batiam com tanta força no barco que acabou destruindo-o.</span><br /><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Os tripulantes lutaram para salvar suas vidas, mas não conseguiram. O príncipe foi nadando para a praia, mas desmaiou antes de chegar, ficando a mercê das ondas. Então a sereiazinha levou-o até a praia. Já estava quase amanhacendo quando a menina viu aproximar-se um grupo de moças vestidas de branco, que vinham de um convento. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A sereiazinha escondeu-se entre as pedras e viu como uma das mocinhas se aproximava do príncipe e, levantando sua cabeça, falou-lhe com doçura. O príncipe abriu os olhos e sorriu, pensando que ela o salvara. E depois de reanimar-se, levantou-se, afastando-se com o alegre grupo na direção do convento. A pequena sereia ficou sozinha e triste. Para ela, o seu amado príncipe não dera nem um sorriso, um olhar ou uma palavra de agradecimento.</span><br /><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Muito triste, a princesa regressou ao fundo do mar. Quando suas irmãs pediram que lhes contasse como tinha sido a sua viagem, a menina quase não falou. Contou sobre os fogos de artifício e o naufrágio, e nada mais. Desde esse dia a sereiazinha passava todo o tempo triste e melancólica, e não parava de fazer perguntas à sua avó sobre o mundo dos homens. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Certa tarde, a menina contou às suas irmãs e algumas amigas, sua aventura com o príncipe. Elas a consolaram e uma das sereias disse que também já vira o príncipe, em seu castelo junto ao mar. A sereiazinha ques vê-lo novamente e foi, muitas vezes, com sua amiga, admirar as escadarias de mármore do palácio do rei.</span><br /><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A avó da menina sofria muito ao vê-la tão calada. Tentando fazer com que sua neta voltasse a ser tão alegre como antes, disse-lhe:</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Nós, sereias, podemos viver trezentos anos. Ao morrermos, transformamo-nos em em branca espuma do mar. Os homens, no entanto, têm alma, e quando morrem vão para o céu, morar em lugares que nós jamais conheceremos. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A sereiazinha disse, então, que ela também queria ter alma, e a avó lhe respondeu que só o conseguiria se algum humano se apaixonasse por ela. </span><br /><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_Mas isso não acontecerá, querida. Para o reino do mar você é muito bonita, mas na terra a sua cauda brilhante parecerá muito feia. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Nessa mesma noite, a princesinha saiu do palácio e foi em busca da bruxa do mar, para pedir-lha que transformasse sua calda em pernas. Quando a mulher ficou sabendo o motivo pelo qual a menina queria ter pernas, respondeu-lhe:</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Está bem, você terá pernas. E terá alma se conseguir o amor do príncipe. Mas se isso não aocntecer, o seu coração se partirá ao meio e voc~e se transformará em espuma. Vou te dar uma poção mágica, mas em troca, você deve entregar-me a sua voz.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A sereiazinha dirigiu-se à superfície linda e muda. A lua iluminava a escadaria do palácio e, arrastando-se, sentou-se em um degrau para beber a amarga poção que a bruxa lhe dera. Sentiu uma dor tão forte que desmaiou. </span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Na manhã seguinte, o príncipe saiu para dar um passeio e encontrou-a desmaiada, na escadaria do palácio. Achou que essa menina, muda e bonita, era tão encantadora, que levou-a consigo. Desde esse momento a sereiazinha ficou morando no palácio, ao lado do seu querido príncipe. Ninguém a igualava em graça e beleza e o príncipe sentia por ela um grande carinho. Gostava muito de passear com ela, contando-lhe seus sonhos. </span><br /><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_Gostaria de ver novamente uma linda mocinha que salvou a minha vida há alguns meses - disse-lhe, e a sereiazinha sentiu, então, que havia poucas esperanças para ela. O tempo passou e o rei pediu ao príncipe que se casasse. O jovem não queria, sonhando com o dia em que voltaria a ver a moça que o salvara, mas acabou concordando com seu pai: ele se casaria com a herdeira do reino vizinho.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A princesa chegaria dentro de uma semana, e a sereiazinha sentiu que a vida lhe escapava das mãos. Finalmente, o dia tão esperado chegou e o príncipe e a sereiazinha saíram pra esperar a caravana que traria a princesa. A pequena sereia estava muito triste; o príncipe, no entanto, não cabia em si de contente, porque o destino fizera com que que a proncesa fosse a mocinha que o príncipe pensara que o salvara do nalfrágio.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A partir deste momento o príncipe não quis saber de mais nada. Decidiram que a boda seria realizada a bordo de um grande barco. A sereiazinha também assistiria. No dia do casamento, no momento em que os noivos se beijaram, a sereiazinha olhou para as ondas do mar para que não a vissem chorar. Sabia que o seu sonho estava terminando e que, no dia seguinte, transformar-se-ia em espuma. .De repente sentiu que a chamavam do mar e viu suas irmãs, bonitas como sempre, mas sem seus cabelos compridos.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_ Vendemos os nossos cabelos para a bruxa do mar em troca de uma feitiçaria para salvar você. Queremos que seja novamente uma sereia, como nós. Mas para que isso aconteça, você deve enterrar este punhal no coração do príncipe, e quando ele morrer você terá novamente sua cauda de peixe para voltar ao fundo do mar onde estaremos esperando por você.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Depois de dizer isto, desapareceram. A sereiazinha pegou o punhal e entrou nos aposentos do príncipe. Ele estava ali, dormindo. A menina beijou-o na testa e saiu, jogando o punhal no mar. Mal o sol apareceu no horizonte, a menina lançou-se ao mar, sentindo que seu corpo já se transformava em espuma. .</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Mas, ainda vivia! De repente viu um grupo de jovens muito bonitas, transparentes como gase, que lhe estendiam os braços. Eram as filhas da brisa que, compadecidas com o sofrimento da sereiazinha por tudo o que havia passado para conseguir uma alma, vinham ajudá-la. Elas podiam conseguir uma alma depois de fazer o bem com amor e alegria, durante trezentos anos. .</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">_Quando encontramos um bom menino e conseguimos fazê-lo sorrir, ganhamos um ano; mas, por cada menino que se comporte mal e nos deixe tristes, dão-nos um ano a mais - explicaram - Desta forma, somando e diminuindo boas ações, finalmente você terá uma alma.</span><br /><span style="color:#ffffff;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">.</span> </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A sereiazinha feliz e agradecida, perdeu-se no ar, com as outras jovens, para conseguir sua alma. Agora você já sabe: se algum dia a brisa fizer cosquinhas no seu nariz, sorria! Certamente é a pequena sereia, que graças a você, demorará menos para encontrar a sua alma.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-78905190242847783672008-01-14T04:03:00.000-08:002008-05-13T05:52:47.629-07:00Sobre o sexo<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Sexo é o que se perde querendo ganhar.<br />Perde-se o decoro, a decência, a compostura.<br />Perde-se o recato, o auto-controle, a dignidade.<br />Perde-se o outro.<br />Perde-se a si mesmo.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Sexo é negociação sofrível.<br />Disputa.<br />Invasão.<br />Imposição e oposição.<br />Ordem e resistência.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Sexo é a visão da morte.<br />Desejo de morte e iminência da morte.<br /><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;">. </span><br /></span>Sexo é degradação.<br />Dor aguda e desistência.<br />Renúncia.<br />Dissolução.<br /><span style="color:#ffffff;">. </span><br />Sexo são dois que não se somam.<br />Sexo é solidão acompanhada, assistida e venerad</span>a.<br /><span style="color:#ffcc66;"><span style="color:#ffffff;">. </span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#cc0000;">Rabisco antigo e sem data, encontrado hoje.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3336680479544570536.post-28243667524546532102008-01-07T05:08:00.000-08:002008-01-07T13:40:17.964-08:00Sem título 4<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Menina, menina...<br />Seque suas lágrimas, menina.<br />Esqueça esse mergulho tolo.<br />Você já se conhece,<br />Você já se sabe.<br />Abra-se para o mundo, menina.<br />Você é o mundo.<br />Não faz sentido esse luto.<br />Não era isso que você queria?<br />Então...<br />Seque suas lágrimas, menina.<br />Respire fundo.<br />Você pode,<br />Agora.</span>Fernandahttp://www.blogger.com/profile/02494577045327866985noreply@blogger.com2